Em abril, Isabel também participou do Expert Group Meeting on SDG 17 in preparation for High-level Political Forum 2019: Harnessing the Means of Implementation through Multi-Stakeholder Partnerships to Build Inclusive and Equitable Societies, que mobilizou discussões sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em torno do tema “Empoderar pessoas e garantir inclusão e igualdade”. Na ocasião, falou das possibilidades de parcerias inclusivas para a implementação da Agenda 2030, com foco em cooperação sul-sul como um exemplo dessas parcerias, em termos tanto de atores diversos, como de temas, valorizando conhecimento do Sul. Também falou da interseção entre paz e desenvolvimento como um gap onde a ONU poderia investir para parcerias.

As participações da professora e o estudo por ela desenvolvido posiciona o Instituto de Relações Internacionais como importante referência na área da Cooperação Sul-Sul no Brasil, principalmente pelos trabalhos desenvolvidos no âmbito do BRICS Policy Center, think tank viculado ao Instituto.

Trecho da entrevista de Renata Ratton à Isabel Rocha de Siqueira:

Como se deu a elaboração do relatório The Case for South-South Cooperation on Peace and Development, do qual foi a principal autora?

Esse relatório é fruto de um esforço cooperativo. Ele foi comissionado pelo Escritório de Cooperação Sul-Sul, da ONU (UNOSSC, em inglês), e eu o escrevi como representante do Centro de Estudos e Pesquisas do BRICS (BPC – IRI). Tenho uma linha de pesquisa no centro, junto com a professora Manuela Viana, chamada Segurança e Desenvolvimento no Sul Global (SEED), e integramos, além de outros professores do BPC, a rede Global South Thinkers on Peace and Development, criada com o apoio da ONU, mas que congrega pessoas do Bahrein, África do Sul, Equador, Chile, Guatemala, Nigéria. A primeira reunião da rede foi na Guatemala, em outubro do ano passado. Esse encontro foi custeado pela ONU e deu o pontapé para iniciar o trabalho do grupo e lança-lo em fóruns internacionais, porque a partir dos conceitos, das teorias, das práticas dos autores do Sul Global, o relatório procura mostrar o que é a nossa visão da intersecção entre paz e desenvolvimento em nossos países.

O discurso predominante nos países do Norte, em relação à paz, por exemplo, é um discurso mais linear: o país está no conflito e sai do conflito. O nosso entendimento de paz, e da intersecção entre paz e desenvolvimento, é cheio de nuances, mais complexo. Um programa de combate ao HIV entre jovens contribui para a paz. Tudo depende do contexto em que se está. Esse conceito de paz depende de uma certa coesão social, que é construída por vários mecanismos – educação, saúde. Aí está a intersecção com o desenvolvimento, já que são áreas comumente atribuídas a ele.

Todos os grupos contribuíram com estudos de caso de suas instituições, revisão, foi um esforço muito valioso e intercultural. Há conceitos do árabe, trazidos pelo Bahrein, há estudos de caso da África, foi construído dessa forma. O relatório foi oficialmente publicado em março e eu o apresentei num painel no BAPA +40, que foi composto só por mulheres.”

Confira a entrevista na íntegra.

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